29.4.06

Download - fundos de ecrã de Timor


Se quiserem fazer o download de belíssimos fundos de ecrã com imagens de Timor, podem fazê-lo no sítio do Turismo de Timor-Leste. E poderão saber muito mais sobre este país de língua portuguesa.

Timor-Leste

Planície do Iralalaro. A caminho de Tutuala. Timor-Leste.
(Fotografia de Ângelo E. Ferreira. 2003)

De Díli até Tutuala vamos encontrando magníficas paisagens, sempre correndo à beira-mar, curva e contracurva, montanha acima, montanha abaixo, campo de arroz, bananal, peixe, búfalo, e sempre o recorte das montanhas, essas entidades vivas, lulik. Lá é morada dos velhos, dos antigos, os que estiveram antes. Lá é sítio para sentar numa pedra, fumar o tabaco da alma, e pensar. É preciso invocar os antigos liurais, e os feiticeiros devem ser convocados. O guerreiro precisa de conselho, de paz.
Espero que o dia tenha sido mais calmo em Díli. Desejo muito que os timorenses me dêem razão a mim e não a algumas pessoas que me têm falado. Irmãos, é hora de paz. Dirigentes, encostem o ouvido na Terra. Bom dia!

Fotografias de Sakhalin

Fotografia de Renato Costa. Sakhalin, Federação Russa. 2006
(recebida à 1h3omin de 29-04-206)

Fotografias de Londres


«Trafalgar Square: Se Londres tem um coração é definitivamente nesta magnífica Praça que ele pulsa (bem, não tão magnífica na foto que só lhe apanha um angulo). Lord Nelson, testemunha de outras batalhas, assiste do alto da sua coluna à agitação constante da Square: é aqui que os Londoners se juntam quando querem festejar algum evento ou manifestar-se em geral.»

«A Igreja de St Martin-in-the-fields em Trafalgar Square no centro-centro de Londres. George Orwell faz referência a esta Igreja no seu "1984" (leitura obrigatória). A parte engraçada da foto é que um dos famosos autocarros-vermelhos de Londres publicita o algarve como destino de férias!»

«Londres no dia-a-dia: as dezenas de passers-by, os autocarros, os pubs e, claro, O Big Ben que é a unica coisa imóvel no meio deste corre-corre embriagante.»

«A St Paul's Cathedral domina a silhueta do skyline de Londres. Foi aqui que se casaram os principes de Gales. Aparece aqui ao anoitecer vista da famosa galeria de arte moderna "Tate Modern" da margem sul do Tamisa. Vê-se também na foto a Millenium Bridge que liga directamente St Paul à Tate Modern.»

«O Big Ben e parte do London eye. No Comments needed

«No último minuto não resisti a juntar esta foto de Wivenhoe, uma pequena vila portuária em Colchester, Essex, onde estou. Foi tirada no domingo de pascoa, foi aqui que o passei.»

Fotografia e legendas da Ana, a quem agradecemos muito a amabilidade e a quem desejamos a maior sorte no seu doutoramento! Espero que possas distribuir por aí um pouco da tua enorme alegria e força, a ver se dás mais cor aos bifes.

28.4.06

Biologia na Noite


Para aqueles que quiserem ir acompanhando esta iniciativa de que aqui falei a propósito da participação de Mia Couto, está disponível o programa, e mais, no site do Departamento de biologia da UA. O próximo convidado é Sobrinho Simões, para falar sobre "Os nossos genes e as nossas doenças".

Problemas em Timor-Leste



(Fotografia LUSA)

As coisas estão feias em Díli. E poderão ainda ficar piores. "Casa onde não há pão..."
A ausência de formação -- há poucas profissões, de facto -- e a ausência de oportunidades de emprego tornam Timor-Leste num barril de pólvora. Se lhes juntarmos as diferenças entre os lorosae e os loromonu, então a coisa fica mesmo muito difícil de gerir. O Governo terá de estar mais atento a isto. Emprego precisa-se! E algum juízo.
~
Timor-Leste: Militares dizem-se preparados para guerra, dois mortos e 28 feridos

Dili, 28 Abr (Lusa) - Os militares que hoje se envolveram em confrontos com as autoridades em Dili afirmam-se preparados para a guerra durante manifestações na capital timorense, onde pelo menos duas pessoas morreram e 28 ficaram feridas.
O director do hospital nacional Guido Valadares, António Caleres, disse à agência Lusa que deram entrada no estabelecimento hospitalar "dois mortos e 28 feridos".
(continue a ler em POVOS*Lusofonia)

Dia importante

27.4.06

Timor-Leste

Falei agora mesmo com um amigo em Díli e a situação parece mais calma. Contudo, está longe de ser resolvida. E tudo por causa da divisão entre lorosae e loromonu. Era bom que os líderes timorenses acabassem com isto de uma vez por todas, e isso começa-se subtil e lentamente. Vamos esperar que tudo se comece a resolver, porque isto vai levar muitos anos.

Scolari - a telenovela.

Será que não temos Federação capaz de assustar os ingleses dizendo-lhes que se comportem? Ao menos esperem o fim do Mundial! O que se passa é uma vergonha. Andarem atrás de um seleccionador de uma equipa que vai estar no Mundial parece-me merecedor de uma reprimenda da UEFA e da FIFA. Onde andas Gilberto Madaíl?

Casa Pia

Começou, ao que parece, o "julgamento Casa Pia". Já que a justiça parece não querer nada com as pessoas, as televisões tomarão conta dela.

Mia Couto em Aveiro II

Mia Couto deslumbrou-nos. Não sei se o seu discurso foi claro para todos -- trouxe-nos uma mensagem dos antigos, dos espíritos. O respeito pela natureza e pelo Homem como parte da coisa, e não como uma coisa à parte. Ouvir as vozes do Rio, da árvore, da cobra, da cobra que "é quase cobra, mas mais à noite". A poesia e a ciência podem deitar-se na mesma cama, desnudadas, tirando as camisas de dormir. Os saberes e a sabedoria juntos.
É necessário saber ouvir, escutar o que nos é diferente, para que possamos perceber o todo, que tem muitos nomes em muitas línguas, e significados diferentes. Não há verdades absolutas de um só lado do rio. A poesia questiona as certezas da ciência, dá-nos inquietude.
O grande auditório do Centro de Congressos de Aveiro estava cheio, cerca de 700 lugares preenchidos! Esta iniciativa do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e da Fábrica "Ciência Viva", já conhecida como "Biologia na Noite", veio para vencer e mostrar que vale a pena descalçar as pantufas e ir pela noite adentro para escutar o rufar da vida.
Obrigado Mia Couto.

História aos quadradinhos



Timor-Leste no programa Príncipes do Nada (RTP)

Sorrisos timorenses. Restaurante Água na Boca, Díli. Timor-Leste.
(Fotografia de Ângelo E. Ferreira. 2004)
No próximo dia 30 de Abril, pelas 21.00 horas, a RTP vai apresentar o Programa Príncipes do Nada, que versa Timor-Leste. A dica foi-nos dada pela Nokas, essa grande amiga, essa portuguesa, professora, que um dia se apixonou por Timor -- lá no fundo a sua paixão já estava, só foi descoberta. Isto porque a Nokas tem um coração que é do tamanho do velho Pangea.
Para os que amam Timor-Leste vai ser um momento bom e único. Vai também ser uma oportunidade para rever amigos, nomeadamente a Rosa, essa pessoa muito especial que tem feito um trabalho digno, simples e tão valioso pelos timorenses e com os timorenses.

26.4.06

Mia Couto em Aveiro

Hoje à noite Mia Couto estará em Aveiro, no Centro de Congressos, para participar no "Biologia na Noite". A não perder!

25.4.06

A alma não tem cor

Na Galeria Minimal, Rua Miguel Bombarda, Porto, até 1 de Junho:

Hábito, 2006. Aço inox, ferro e tecido. 30x30x3 cm. Raquel Gomes

Hábito, 2006. Aço inox, ferro e tecido. 30x30x3 cm. Raquel Gomes


S/ título, 2006. Tinta-da-china sobre tecido. Raquel Gomes

23.4.06

A alma não tem cor

Hoje deu-se a inauguração simultânea de uma série de exposições na Rua miguel Bombarda, no Porto. É já frequente que os galeristas do Porto acertem datas para inagurações simultâneas, "dividindo" desta forma os convidados e público. São inagurações abertas a qualquer pessoa, mesmo que sem convite, apesar deles existirem para o público "especial", o que, eventualmente, terá, mesmo em época de crise (para alguns), um eurozitos para gastar/investir em arte.
Deixo-vos com imagens da inauguração da exposição de Raquel Gomes, na Minimal, com o nome "A alma não tem cor". Abaixo poderão ler um texto sobre o seu trabalho, escrito para o desdobrável pela crítica italiana Simona Cresci.

Os trabalhos de Raquel Gomes nascem de um interessante duelo entre a escultura e o desenho, na invasão recíproca das duas dimensões expressivas; não se privando de nenhuma possibilidade, para melhor poder totalizar a disponibilidade da linguagem, os seus trabalhos assumem contemporaneamente a substância e a ideia, o particular e a essência do real.
A mostra percorre o léxico escultórico e gráfico da jovem artista, centrado nos objectos do seu quotidiano íntimo e pessoal, imerso numa realidade quase metafísica, que lhes confere um importante significado metafórico. Diante dos seus trabalhos emergem alusões visionárias que privilegiam o tema do corpo humano.
São símbolos convencionais que se transcendem na obra da artista em ícones de intensos e vivenciados estados de espírito: "Testemunho do tempo, do espaço e do corpo, os objectos e os acessórios do quotidiano que fazem a história dos dias e dos momentos, insinuam uma intimidade revelada…”
Nas obras expostas a figura feminina é evocada pela ausência. Tudo passa e tudo se estratifica, sobrepondo-se. Quer se trate de uma ideia, de um facto, de um minuto ou de uma hora. Ao observar a obra de Raquel Gomes pode-se entender por dentro a história da essência feminina. A artista, de facto, opera num espaço no qual impõe a sua sensibilidade psicológica, conceptual e antropológica e no qual elabora de cada vez um trabalho novo e original, uma análise do lugar a um tempo crítica e criativa, uma síntese poética e irrepetível na estreita relação entre ela e o espaço físico, mental, fantástico e íntimo.
A autonomia da sua visão artística é o produto desse hábito de liberdade, que no começo do século passado Virginia Wolf indicou como uma das condições necessárias para que nascesse aquela que seria capaz de dizer palavras novas sem ter de despojar-se do seu corpo de mulher.
Estas são as sensações que eu percepciono perante a sua obra em que tudo aquilo que vem dito se desenvolve num processo pessoal de conhecimento: sentimentos extraídos da representação de um universo íntimo, que atravessam a leveza da sua escultura, tornando-se espelho de emoções contrastantes e elemento determinante para a transmissão das próprias emoções.
Perante a sua obra o espectador vive as suas próprias emoções.


Simona Cresci

Fotografias de Sakhalin

O Renato da Costa, o Gil para amigos e familiares, enviou-nos estas fotografias, partilhando cores - o branco a dominar - de paragens bem distantes.

O Gil. «A cor amarelada é devida a uma tempestade de areia que se levantou no deserto de Cobi, na terra dos Tatares, a Mongolia, a alguns milhares de kms daqui.»

«Casas típicas de Molodosniye, a cidade (?!?!) mais perto do meu campo, a 40km. Na imagem podem ver-se alguns salmões na salga.»

O jipe Lada do Gil depois de sofrer um capotamento. Depois do acidente teve que andar 4 km para encontrar ajuda, perto do rio Nabil. «Trata-se de uma estrada de floresta onde não há ninguém a nao ser ursos. Para vos dizer a verdade foi um cagaço todo o caminho...», diz o Gil na mensagem em que anexou estas fotografias. Mas o mais importante é que ele não sofreu nada com o aparatoso acidente, a não ser um enorme susto. Um grande abraço para o Renato, aguardando mais reportagens fotográficas.

20.4.06

Em memória

Aqui do lado direito, estou certo de que com a concordância dos parceiros, ficará uma imagem-memória de todas as vítimas da vergonha humana, da miséria, da penumbra, e da luz que devemos manter acesa. Pela humanidade, é preciso manter acesa a memória, e evitar a noite infeliz dos tempos. Vivemos um mundo estranho, um mundo onde tudo pode voltar atrás no que temos de pior. Eles andam aí. Pelos judeus mortos no Pogrom de 1506, por todos os outros, e por todos os outros seres humanos massacrados pelas mesmas, e outras, razões, manteremos estas velas acesas.

Há 500 anos, ontem, hoje

Fotografia do blog A Origem das Espécies


"A semana que vai entrar comemora data redonda e histórica. Comemorar não é sempre festejar. Mas é sempre ‘memorar’, lembrar, e o que há para lembrar de 19 de Abril de 1506, vai fazer 500 anos, é imensamente triste. Talvez alguém, de coração terno, vá falar pelo lado moral: o mal que foi feito a outros. Mas dessa data, para lá do mal que foi feito a outros – em Lisboa, em três dias, mataram-se muitas centenas, talvez quatro mil judeus – quero aqui recordar, muito interesseiramente, o grande mal que me fizeram a mim. Eu pertencia a um povo ao qual amputaram parte. E o que mais é: essa parte que levaram de mim era a mais brilhante.El-rei D. Manuel, por imposição, ao que se diz, do casamento com princesa espanhola, já tinha obrigado os súbditos judeus a converterem-se. Por causa dessa obrigação, muitos partiram. Gente culta, como o astrónomo e matemático Abraão Zacuto, que foi para a Turquia. E os pais de Baruch Espinosa, tão portugueses que apesar de fugidos para a Holanda chamaram ao filho Bento, antes dele se tornar um dos maiores filósofos de toda a História da Humanidade. Fugiram médicos e matemáticos e artesãos sábios da mais próspera indústria de então, a lapidação de diamantes. A Holanda nunca agradecerá suficientemente termos-lhe oferecido a nossa elite.Mas sendo Portugal pouco dado a medidas radicais, a maioria dos portugueses judeus sabia do que gastava a casa e foram-se deixando ficar. Tornaram-se cristãos-novos. Muitos judaizavam às escondidas e iam fazendo o que os portugueses sempre fizeram, iam-se misturando. Da arraia-miúda àqueles que faziam Portugal grande potência cultural de então: do matemático Pedro Nunes ao médico e naturalista Garcia de Orta – ambos, aliás, ligados pela ciência ou pela acção ao maior empreendimento de Portugal, os Descobrimentos.A ruptura, o corte de Portugal com esses seus filhos aconteceu naquele domingo de Pascoela, 19 de Abril de 1506. Portugal tinha passado dois anos de seca nos campos e peste nas cidades. Como em todos os tempos de vacas magras, o País era percorrido por murmúrios e raivas. Na missa da Igreja de São Domingos, na Baixa de Lisboa, gritou-se ao milagre, porque uma imagem de Cristo resplandecia. Alguém, imprudente, disse em voz alta que aquilo lhe parecia mais um efeito de luz. Era um cristão-novo, que foi arrastado para o adro, despedaçado e queimado. A multidão, acicatada por dois frades dominicanos, partiu à caça de mais cristãos-novos.Garcia de Resende, poeta da corte, conta: “Mais de quatro mil matarã / Mininos espedaçarão / Fizerão grandes cruezas /Grandes roubos & vilezas / Em todos quantos acharão”. Mulheres violadas, homens queimados, crianças atiradas contra as paredes. Cruezas como antes e depois se fizeram, em outras paragens, aos judeus. No que me diz respeito, e é isso que mais me interessa – com o cinismo que meio milénio me permite – é que hoje pertenço a um dos povos menos cultos da Europa. E já houve tempo que não foi assim.Esta semana, estou de luto. Por mim.”
Ferreira Fernandes in Correio da Manhã

Fotografias de Sakhalin

Estátua de Lenine. Sakhalin, Federação Russa.
(Fotografia de Renato da Costa. 2006)

18.4.06

Fotografias de Sakhalin

O Renato da Costa, meu primo, é um Português dos antigos. Tem corrido o mundo em trabalho, tem corrido riscos, tem procurado a vida, em vez de esperar que ela simplesmente aconteça. É um exemplo. Talvez volte a falar disso.
Hoje deixo-vos apenas com algumas fotografias que me enviou de Sakhalin, onde está agora a trabalhar num projecto importante na área da energia. Já esteve no Dubai, na Reunião, França. Agora está do outro lado, nos antípodas. Obrigado pelas fotografias e, já sabes primão, manda mais.


Sakhalin. 30 graus negativos. 2006.

17.4.06

Fotografias de Aveiro

Salinas. Ria de Aveiro.
(Fotografia de Ângelo E. Ferreira. 2005)

Dedicada à Ana, em Londres.

Oportunidades de Trabalho em Timor-Leste

Recrutamento de Assessores: Minist. Educação e da Cultura, Timor-Leste

Recrutamento de Licenciados em Direito para Timor-Leste

LEGAL ADVISER TO THE PRESIDENT OF THE NATIONAL PARLIAMENT OF TIMOR-LESTE

Proposta de leitura: 1613

(...)
"Deixai-me ir em busca dela e prometo-vos que, um dia, voltaremos a cruzar ferros, em vossa honra.
-- Se é por uma donzela, seja! Aliás, também confesso que tenho o braço muito dorido por causa da vossa estocada e que o sol da manhã me deixou zonzo. Viverei para o dia em que voltemos a enfretar-nos.
-- Vossa graça?
-- Peter Cornellius!
Ambos embainharam as espadas e inclinaram-se em respeito mútuo, o holandês retirando o chapéu de feltro enfeitado com plumas, o português fazendo o mesmo gesto apenas com a mão. D. Manuel olhou os prisioneiros e fez um gesto de desalento. Ainda lhe passou pelo espírito um acto desesperado para os salvar. Calculou distâncias e contou os guardas, que já começavam a olhar para ele e Peter Cornellius, como que à espera de um comando seu para saltarem sobre ele. Não conseguiria sair dali sem lutar e não podia fazer nada pelos seus. Ainda se olharam por momentos e, subitamente, o holandês teve um gesto surpreendente. Reitrou um pequeno livro do seu colete manchado de sangue e entregou-o a D. Manuel, dizendo:
-- Eis um manual de esgrima que muito estimo. Foi-me oferecido pelo meu mestre. Entrego-vos como sinal do compromisso que aqui assumimos, mas também em sinal de respeito do combatente que resistiu com todas as suas forças ao nosso ataque. E, ainda, porque quero que estejais de igual para igual quando nos voltarmos a encontrar.
-- Não posso aceitar...
-- Tendes de aceitar! -- afirmou com tal veemência que impediu qualquer recusa do português. -- É um compromisso que tendes para comigo. Havera um duelo e as regras estão aí! Boas tardes, D. Manuel! Quanto aos prisioneiros, não tenhais receio; serão bem tratados, dou-vos a minha palavra. Agora, ide em busca da vossa donzela!
E voltaram a saudar-se respeitosamente, D. Manuel guardando o pequeno livro, entalando-o entre o cinto e as costas molhadas de suor.
Ao longe, um dos feridos portugueses, deitado no chão, a tudo assistira com rancor e raiva surda, sem conseguir ouvir as palavras deste encontro, que, ali de longe, e com tantas cortesias, não parecia ser conversa de inimigos. Para Gaspar, que desde a morte do «Zarolho» se tinha tornado ainda mais azedo e implicativo, era nítido que D. Manuel acabara de receber os dinheiros de Judas. O seu ferimento era superficial, apesar de ter perdido muito sangue. Olhou para o curral onde estava e descobriu um espaço na vedação por onde podia caber o seu corpo. Começou a arrastar-se nessa direcção e aos poucos foi arquitectando a fuga."
Pedro Vasconcelos - 1613. Oficina do Livro, Lisboa, 2005
(pag. 134-pag.135)

15.4.06

Universidade de Aveiro

Universidade de Aveiro. Residências Universitárias.
(Fotografia de Ângelo E. Ferreira. 2006)

Frases nas Paredes da Cidade Imaginária

"Mas que bem laborais para a quimera do ogre!
Travessa de Cedofeita. Antiga Viela do Açougue. Porto.
(Fotografia de Ângelo E. Ferreira. 15/04/2006)

14.4.06

Proposta de leitura: 1613

"Seria a quarta vez que o meirinho iria virar o relógio de areia e já só haveria mais uma hora de audiência. D. Manuel Álvares sentia-se cansado. O calor era intenso na Casa da Suplicação, em Goa, onde decorria o julgamento; era acusado de ter entregado o forte de Solor, nas Índias Orientais, aos holandeses. Ele!? Que tudo fizera para aguentar o cerco de três meses com apenas trinta soldados. E com o auxílio dos guerreiros belos(1) de Timor, claro! Sem eles nada teria sido possível."

Pedro Vasconcelos - 1613. Oficina do Livro, Lisboa, 2005

Timor-Leste

Arrozais a caminho de Maubisse. 2006
(Fotografia de Agostinho Ribeiro)
O Agostinho Ribeiro, antigo aluno da Universidade Nacional de Timor-Leste, enviou-me algumas fotografias, tiradas durante o mês de Março, para matar saudades de Timor. Partilho-as com todos, para que vejam as magníficas paisagens do paraíso. Boa Páscoa!

13.4.06

Universidade de Aveiro




Esculturas de Paulo Neves. Universidade de Aveiro. 2006
(Fotografias de Ângelo E. Ferreira)

12.4.06

Convite para Inauguração "A alma não tem cor"

Capa do desdobrável/convite: Hábito, 2006; Aço inox, ferro e tecido; 30x30x3 cm
A todos os que nos dão a honra da sua visita fica o convite, algo inédito na blogosfera (está na moda dizer isto), para a inauguração de uma exposição de Pintura e Escultura de Raquel Gomes na Galeria Minimal no Porto (Rua Miguel Bombarda, 221). É no próximo dia 22 de Abril pelas 16 horas.

A exposição estará patente até dia 1 de Junho.

S/ título, 2006; Tinta-da-china e fio de algodão sobre tecido; 96x48 cm

S/ título, 2006; Tinta-da-china e fio de algodão sobre tecido; 48x80 cm

Prelúdio

Primavera
Seis horas da manhã. Só, pela estrada,
Ouço o cantar alegre dos ribeiros.
E o coaxar das rãs, nos atoleiros,
Lembra o frescor das águas da levada.
Sinto a canção monótona arrastada,
Da brisa pelos ramos dos pinheiros,
Vejo brilhar nos céus doces luzeiros
Entre as brumas longínquas da alvorada.

E lá vou eu, o triste viandante,
A atravessar as ricas alamedas
Arrastando um bornoz de pobrezinho,

E procurando sempre, a cada instante
A luz do Sol, no curvo das veredas,
Ou o amor, nas pedras do caminho.

José Miguel Leal da Silva (6.º ano) in Prelúdio – Gazeta dos alunos do Liceu de Alexandre Herculano, ANO I, N.º 2, 28 de Fevereiro de 1953

Eu vou acender uma vela - 19 de Abril

O Nuno Guerreiro, do Rua da Judiaria, lançou um desafio que eu aceito sem reservas: acender uma vela por cada vítima do pogrom de 1506. Vale também a pena ler o texto completo do FJV de que a seguir se transcreve apenas uma pequena parte:

"Por isso, sim, eu vou acender uma vela no dia 19 de Abril. Nós vamos acender uma vela no dia 19 de Abril (no Rossio, na janela de casa, à porta da igreja de S. Domingos, na nossa rua, à porta da sinagoga, onde quisermos) e isso é uma coisa que não se discute. Que nem sequer está em discussão."

FJV in
A Origem das Espécies
~
Pela memória.
Boa tarde, bom sol.

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

No próximo dia 3 de Maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, poderão participar numa Tertúlia UniverSal, organizada pelo Centro Universitário Fé e Cultura, sobre a temática que a efeméride indica, com a presença do Dr. José Carlos de Vasconcelos, Director do Jornal de Letras e Coordenador do Gabinete Editorial da Revista Visão. É às 21h30 no CUFC, mesmo em frente ao Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro. Vai valer a pena!