10.4.06

A Herança do Ensino em Portugal

Hoje no program do José Carlos Malato, a Herança, uma concorrente, professora de Português, sublinho, professora de Português, disse que já tinha ouvido falar de um tal António Aleixo, nome que constava de um conjunto de hipóteses de resposta. Já não recordo qual era a questão, mas pouco importa para o caso. A senhora professora de Português não sabia quem era o poeta popular António Aleixo. O Malato ficou incrédulo! Mas haverá motivo para tal? Coitada da senhora...
A ela dedicamos:
Quadras de António Aleixo

Sou humilde, sou modesto;
Mas, entre gente ilustrada,
Talvez me digam que eu presto,
Porque não presto p’ra nada.

Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.

Tu não tens valor nenhum,
Andas debaixo dos pés,
Até que apareça algum
Doutor que diga quem és.

À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia,
Não querem que acabe a guerra.

Depois de tanta desordem,
Depois de tam dura prova,
Deve vir a nova ordem,
Se vier a ordem nova

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.

Vemos gente bem vestida,
No aspecto desassombrada;
São tudo ilusões da vida,
Tudo é miséria dourada.

Os novos que se envaidecem
P’lo muito que querem ser
São frutos bons que apodrecem
Mal começam a nascer.
~
Boa semana.

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