Prelúdio
Primavera
Seis horas da manhã. Só, pela estrada,
Ouço o cantar alegre dos ribeiros.
E o coaxar das rãs, nos atoleiros,
Lembra o frescor das águas da levada.
Sinto a canção monótona arrastada,
Da brisa pelos ramos dos pinheiros,
Vejo brilhar nos céus doces luzeiros
Entre as brumas longínquas da alvorada.
E lá vou eu, o triste viandante,
A atravessar as ricas alamedas
Arrastando um bornoz de pobrezinho,
E procurando sempre, a cada instante
A luz do Sol, no curvo das veredas,
Ou o amor, nas pedras do caminho.
José Miguel Leal da Silva (6.º ano) in Prelúdio – Gazeta dos alunos do Liceu de Alexandre Herculano, ANO I, N.º 2, 28 de Fevereiro de 1953
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