25.5.06

ROSAS DE MAIO

Logo que nasceu Jesus,
nasceram rosas nas fragas,
e, na agonia da Cruz,
brotaram rosas das chagas.

Domingos teve o rosário
para converter os incréus,
Teresinha o prémio diário
de espalhar rosas, dos Céus.

Mas as rosas portuguesas
são mais belas entre as belas,
nem rainhas, nem princesas
têm perfume igual ao delas.

Nem essas da Alexandria
tiveram 'virtude igual,
porque as rosas de Maria
são rosas de Portugal.

Rosas que já foram chama,
Como os fogos de santelmo;
rosas do Nuno e do Gama,
na cruz, na vela e no elmo..

Rosas deixadas nas messes
e nos muros dos caminhos;
rosas que já foram preces
na boca dos pastorinhos.

Rosas da fonte que chora,
rosas da azenha que canta;
rosas que foram outrora
o pão da Rainha Santa,

Que elas sejam sempre a abada
do regaço de Maria;
nesta vida amargurada,
nosso pão de cada dia...


Delfim Oliveira, 2.º ano in Prelúdio, Gazeta dos Alunos do Liceu de Alexandre Herculano, Ano I, N.º 5, Porto, 31 de Maio de 1953.

1 comentário:

Anónimo disse...

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