Fotografias de Timor e cartas de Díli
Nem loromonu nem lorosae, há poucos meses atrás
Campo de refugiados, Díli, Timor-Leste
Não percebo, mas mesmo com muitas forças internacionais aqui, em Timor, as acções violentas ainda continuam a acontecer.
Até agora ainda há muitas populações timorenses que estão nos campos de refugiados.
O que eu não percebo, agora, é que todos os dia muitas famílias da parte leste (Baucau, Viqueque e Lospalos) sairam de Dili para zona de onde eles são. Será que vai haver acções de vingança? É verdade que até agora ninguém se sente seguro em Timor.
Agora nós nunca esperamos na rua o sol descer, porque a partir dessa hora começamos a sentir muito medo de enfrentar a noite.
Ontem, um amigo meu (tropa australiano que faz a segurança no edifício onde eu trabalho) deu-me um livro. O livro é em Inglês, e é sobre uma história de guerra. É o primeiro livro que eu tenho depois de esta situação aparecer. Agradeço muito, pelo menos, antes de dormir, tenho uma coisa de fazer que não seja só jogar as cartas com os meus irmãos e os meus colegas no campo refugiados.
Parece nós temos muito coragem, mas afinal estamos com muito medo de enfrentar os dias que vêm. Procuramos o resto da força que temos para enfrentar o dia a dia aqui em Timor.
(via e-mail)
2 comentários:
...da minha língua vê-se o mar...
Vergílio Ferreira
http://semanal.expresso.clix.pt/1caderno/internacional.asp?edition=1754&articleid=ES223143
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