Timor
Escrevi o texto que se segue no Timor Online, que teve a respectiva resposta do Paulo Gorjão, que eu edito abaixo:
Subtilmente, o Paulo, que é excelente, vai-se tornando adepto do peso excessivo da Austrália nesta questão. É bom de ver. Porque há afirmações que às vezes se baseiam excessivamente na análise macro da política internacional, escamuteando aspectos importantes locais e a vertente da razão. Ninguém discute que esta situação se inicia com erros timorenses, portanto da sua exclusiva responsabilidade. Mas teriam esses erros o mesmo eco de violência se não fossem interesses externos e apoios declarados a pessoas que partem para a resolução de eventuais problemas pela "porrada"? Essa é que é a questão!Os erros dos timorenses, seja do governo, seja de todos os outros, devem ser resolvidos pelas instituições democráticas, num quadro de referência, nomeadamente legal e funcional, internacionalmente aceite pelas Nações Unidas. Aqui entra outro problema: parece-me que ainda há poucos meses o governo de Timor pediu continuidade na Missão da ONU! Quem foi contra?Não é preciso grandes teses...
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Reposta do Paulo Gorjão, que eu agradeço:
Eu nunca ignorei o «peso excessivo» da Austrália. O que eu sempre critiquei foi a tese que vê em Camberra o epicentro de uma estratégia activa, de uma urdidura, cujo fim consistia em derrubar Alkatiri, sobretudo por motivos de ordem petrolífera.Pura e simplesmente, a história não encaixa no perfil do personagem.Dito isto, não tenho dúvidas nenhumas de que, por meios não militares, a Austrália procura salvaguardar os seus interesses em Timor.E que, obviamente, isso é por vezes asfixiante do ponto de vista de Timor.Dito isto, a procissão ainda vai no adro...
Paulo Gorjão
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