Belo texto sobre Portugal e o Mundial
«Redescobrimos heróis para todos os gostos: Figo - o velho Figo que, como Zidane, nunca pareceu tão em forma -, Maniche, Ronaldo, Deco, Carvalho e, agora, sobretudo, Ricardo. Mas o super-herói, no fundo o nosso verdadeiro Zidane, acaba por ser o antes mal-amado "sargentão". Percebeu-se, enfim, que a alma, a energia, a confiança, a capacidade de entrega, sacrifício e luta com que a selecção se tem batido (nem sempre bem, é certo, e beneficiando de um astral muito benigno) são transmitidas e vividas a partir do banco. A exuberância paternal de Scolari (que contraste, por exemplo, com o triste e apagado treinador francês!) parece contagiar tudo e todos, incentivando o espírito de equipa que está na origem dos sucessos portugueses. É evidente que, com tudo isto, corremos um risco enorme. Mesmo perdendo para a França e para o mítico Zidane, já deveríamos considerar a nossa auto-estima recuperada, ao termos atingido o pódio dos Magriços, há quarenta anos, em Inglaterra. Simplesmente, até isso já sabe a pouco e coloca outra questão. Se porventura acabarmos campeões do mundo de futebol, como havemos de conciliar a alma de vencedores desta guerra mitológica com o velho fado de derrotados na vida concreta da Nação? A selecção já fez o que tinha a fazer por nós - mesmo que não ganhe a Taça do Mundo. Resta saber o que podemos fazer para merecermos a selecção.» Vicente Jorge Silva in DN (continue a ler)
1 comentário:
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