Timor-Leste: textos importantes
31/05/2006 - 09h15
Capital do Timor ainda tem saques, mas tensão já é menor
Díli, 31 Mai (Lusa) - Um dia depois de o presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, ter assumido a responsabilidade pelas áreas de defesa e segurança, a capital Díli estava mais calma hoje, embora alguns incidentes tenham sido registrados.Pelo menos três pequenas mercearias no terminal rodoviário foram saqueadas e incendiadas pela manhã (noite de ontem no Brasil) no bairro de Bécora. Após a intervenção de militares australianos, o local ficou deserto. Também em Bécora, pelo menos cinco casas incendiadas na terça-feira ainda estavam queimando.Já no bairro de Comoro, no leste de Díli, um ataque de cerca de 50 civis armados ao mercado local deixou pelo menos uma pessoa ferida, que foi socorrida por soldados australianos. Segundo testemunhas, o grupo também incendiou seis casas e cerca de dez barracas do mercado.Apesar disso, a tensão em Díli estava menor e, embora a maior parte das lojas continuasse fechada, crianças vendiam hortaliças nas ruas, já havia mais trânsito e postos de gasolina começaram a funcionar. Com tropas australianas em toda parte, os moradores começaram a se deslocar, dirigindo-se para casa ou aos centros de distribuição de arroz - mas voltando ao local onde estão refugiados. Segundo as Nações Unidas, 70 mil pessoas estão desalojadas.A capital timorense vive uma crise desde o final de abril, depois de cerca de 600 soldados terem sido exonerados das F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste) por causa de protestos contra discriminação étnica. A crise se agravou com a deserção de efetivos das F-FDTL e da Polícia Nacional e após confrontos, que também envolveram grupos de civis armados. As autoridades pediram ajuda militar à Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal para combater a violência, que já matou cerca de 20 pessoas.Mais tropasUm grupo de 123 militares da Nova Zelândia chegou hoje a Díli para integrar a força internacional. "A partir de hoje, temos 180 efetivos no Timor Leste", disse a tenente Barbara Cassin, porta-voz das forças neozelandesas no TimorPortugal vai contribuir com 120 agentes da GNR (Guarda Nacional Republicana, a polícia militarizada), cuja partida ao Timor Leste está prevista para amanhã. A Austrália já enviou cerca de 1.800 militares e 50 agentes da polícia federal, enquanto a Malásia tem entre 200 e 250 homens.
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