Timor-Leste: textos importantes
Timor-Leste: Pilhagens em Bécora, resto de Díli vive dia mais calmo
Díli, 31 Mai (Lusa) - Pelo menos três pequenas mercearias foram hoje pilhadas e incendiadas no bairro de Bécora, na capital de Timor-Leste, obrigando à intervenção de militares australianos. As pilhagens, constatou a Agência Lusa no local, aconteceram junto do terminal rodoviário, cerca das 08:30 (00:30 em Lisboa), mas uma hora depois o local estava deserto, na sequência da intervenção de militares australianos. Fonte militar disse à Agência Lusa que foram feitas "algumas detenções", sem contudo quantificar. Ainda no bairro de Bécora há mais pelo menos cinco casas a arder, ainda que sejam incêndios que foram ateados na terça-feira, também na sequência de pilhagens, um tipo de crime que tem acontecido um pouco por toda a cidade nos últimos dias. Ainda assim esta quarta-feira, menos de 24 horas depois de Xanana Gusmão, Presidente da República, ter assumido a responsabilidade pelas áreas de defesa e segurança, Díli vive uma das manhãs mais calmas dos últimos tempos. Em Comoro, onde terça-feira se registaram alguns incidentes, vêem-se hoje os restos ainda fumegantes de três casas, consequência de incêndios ateados terça-feira, mas também alguns jovens na rua a tocar guitarra, ainda que com catanas ao lado. Em Comoro os mercados de rua começaram também a abrir e o mercado de Bécora está igualmente aberto, depois de ter encerrado nos últimos dias. Nas ruas de Díli sente-se claramente um aliviar de tensão e se a maior parte das lojas continuam fechadas hoje já se vê crianças a vender hortaliças nas ruas, mais trânsito, e até as bombas de gasolina de Bécora reabriram. Numa cidade onde se vê com amiúde as tropas australianas, os cidadãos de Díli também se começaram a deslocar, nomeadamente para ir a casa ou aos centros de distribuição de arroz, regressando depois ao local onde estão refugiados. Actualmente há refugiados no Porto e Aeroporto de Díli, no Centro D. Bosco, em algumas igrejas ou no edifício das Canossianas e nalgumas embaixadas. Timor-Leste, em particular Díli, vive uma situação de violência desde o final de Abril, depois de cerca de 600 soldados terem sido desmobilizados das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), após protestos contra alegados actos de discriminação étnica por parte dos superiores hierárquicos. A crise agravou-se com a deserção de efectivos das F-FDTL e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e após confrontos entre elementos das duas forças e grupos de civis armados, que provocaram vários mortos, as autoridades timorenses solicitaram a ajuda militar e policial à Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal para repor a ordem. A Austrália foi o primeiro país a responder ao pedido, tendo já enviado 1.800 soldados para Timor-Leste, onde se encontram também entre 200 e 250 efectivos da Malásia. Portugal enviará esta semana para Díli uma força de 120 militares da GNR. RBV/FP Lusa/Fim
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