1.6.06

Timor-Leste: textos importantes

31/05/2006 - 08h32
Presidente e premiê do Timor discordam e reunião é adiada
Díli, 31 Mai (Lusa) - A reunião do CSDS - Conselho Superior de Defesa e Segurança do Timor Leste -, que estava marcada para hoje, foi adiada devido a um "braço-de-ferro" entre o presidente Xanana Gusmão e o primeiro-ministro Mari Alkatiri, disse à Agência Lusa uma fonte do governo. Em entrevista à Lusa, o premiê afirmou que não pretende uma disputa com o presidente, mas confirmou o adiamento do CSDS.Ontem, após uma reunião de dois dias do Conselho de Estado, Gusmão anunciou ter aconselhado Alkatiri a demitir os ministros da Defesa, Roque Rodrigues, e do Interior, Rogério Lobato, e que assumia temporariamente a responsabilidade pelas áreas da defesa e segurança. "Há um braço-de-ferro entre o presidente e o primeiro-ministro porque Xanana Gusmão quer que os ministros sejam exonerados antes e não participem na reunião (do CSDS)", disse a fonte, que não quis ser identificada.Segundo a fonte, o premiê "rejeita" a posição de Gusmão e "insiste que os dois ministros devem participar da reunião" do CSDS. "Alkatiri reafirma que esse assunto (demissão dos ministros) é da competência exclusiva do governo".Em entrevista à Lusa, Alkatiri não quis adiantar se demitirá os ministros da Defesa e do Interior. "Prefiro falar disso amanhã. Ouvi o conselho de Xanana, registrei e vou partilhar isso com os meus colegas do Conselho de Ministros", afirmou Alkatiri.Questionado sobre o "braço-de-ferro" com Gusmão, Mari Alkatiri afirmou que não pretende "criar quaisquer obstáculos ou dificuldades", mas disse "nunca houve esta exigência de demissões antes da reunião do CSDS" durante o Conselho de Estado. "Não quero criar dificuldades, mas simplesmente não estava informado destas condições novas para que a reunião do CSDS pudesse ocorrer", disse.Negando que queira uma queda-de-braço com o presidente, o premiê acrescentou que, se soubesse que o afastamento dos ministros seria uma condição para o CSDS, "teria dito que era impossível". "Isso envolveria um processo, procedimentos. Não tenho por hábito impor condições ou exigências a outros órgãos de soberania", afirmou.Mari Alkatiri informou que convocou uma reunião do Conselho de Ministros para amanhã. Ele reiterou que continua à frente do governo e não pretende renunciar, a não ser que seu partido, FRETILIN, exija. "Sou primeiro-ministro indigitado pelo meu partido. Face a toda esta pressão, se eu me acovardasse estaria a trair meu partido", afirmou.A capital timorense, Díli, vive uma situação de violência desde o final de abril, depois de cerca de 600 soldados terem sido exonerados das F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa do Timor Leste) por causa de protestos contra discriminação étnica. A crise se agravou com a deserção de efetivos das F-FDTL e da Polícia Nacional e após confrontos entre eles e grupos de civis armados. As autoridades timorenses pediram ajuda militar à Austrália, Nova Zelândia, Malásia e Portugal para combater a violência, que já matou cerca de 20 pessoas e deixou 70 mil desalojados.

1 comentário:

Anónimo disse...

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